HERÓI: A história da revista que inspirou uma geração

E aí, Supers? Tudo massa? Estamos de volta com mais uma matéria nostálgica e que aborda um assunto que todos nós amamos: os Heróis! Demorei, mas finalmente trouxe um pouco do livro que conta a história da revista que fez muita gente ler mesmo sem gostar, a revista HERÓI.

Imagem: plataformageek.net

Estão lembrados dessa imagem? A mesma foi relançada em uma Comic Con Experience aqui no Brasil, deixando alguns marmanjos com os olhos cheios de testosterona líquida!
Como muitos sabem, Saint Seiya (Os Cavaleiros do Zodíaco) foi o responsável por criar uma multidão de fãs de animes no Brasil, inclusive este que vos escreve. Só que tínhamos uma particularidade na época, diferente da moçada de hoje: o acesso à Internet não era uma coisa tão simples e comum como hoje em dia. Dava um trabalho arretado para saber das novidades do mundo dos Super Heróis. Então, pessoas brilhantes tiveram a excelente ideia de produzir a revista que mudaria a vida de muita gente, que é essa imagem de abertura da matéria. E existe um livro contando a história de como foram produzidas as edições, como a equipe produtora de conteúdo foi formada e como a revista mudou algumas pessoas conhecidas hoje.

Foi lançado em 2015 e conta cada detalhe da produção da "Revista Mutante", como era chamada pela equipe, por mudar constantemente de tamanho e formato de acordo com o momento. Tinha pôsteres, capas criativas e outras coisas que a deixavam parecer mais legais. Como estamos falando dos anos 1990, não esperem ver aquele show de diagramação como nas páginas de hoje, mas pra época foi algo inovador. E o livro também foi montado de uma maneira bem diferente do que estamos acostumados.
Conforme foi dito no início, não tínhamos o acesso às informações desse universo como hoje. Acesso à internet era coisa quase chique, sem contar que não era qualquer um que se arriscava a escrever sobre coisas de crianças, adolescentes e jovens. A Herói surgiu na hora certa!


Em um formatinho básico, a Herói possuía cerca de 30 páginas e variava os assuntos. Muitos que a veem dizem se tratar de uma revista sobre os Cavaleiros do Zodíaco que vez ou outra falava sobre as outras coisas. Claro que a maioria das edições continham um cavaleiro na capa, mas vamos relevar porque o pessoal precisava vender seu peixe, e o peixe do momento eram Os Cavaleiros do Zodíaco! A extinta Rede Manchete nos deu um chá de cadeira após o episódio 52 do Anime, reprisando 4 vezes até que Seiya conseguisse sair da casa de Leão. Lembram disso? Eu sofria todas as vezes que chegava a saga das 12 casas. E o que vinha depois disso? Pra rapaziada que não ligava pra spoilers, a revista Herói veio para saciar essa sede. O que dizer quando você chegava na banca e dava de cara com uma capa dessas?


Pois é. Ela tinha informações valiosas para quem dependia da TV aberta. A equipe responsável pela revista era muito bacana. Com a leitura do livro deu pra conhecer o perfil de cada componente, pois eles contam a história de como era a vida antes da Herói. Era pior ainda! Os caras viviam de revistas americanas (que eram bem caras) e do que as editoras resolviam publicar de super-heróis fora de ordem.Como assim? Sério. Eu achava que era só eu que não entendia a cronologia das HQ's de meus primos! O Gregório Fonseca, um dos influenciados pela revista, conta a sua história, inclusa no Livro.

Gregório Fonseca

O livro Heróis: a história da revista que inspirou uma geração também conta com a participação de um camarada que admiro muito: o Alexandre Nagado, do Blog Sushi Pop. Já recomendamos a matéria feita por ele aqui. Dessa vez, sou eu falando após ter lido o livro. Voltando à composição deste, falei que o modo de como foi escrito é bem diferente do normal. Isso porque ele é mais um "bate-papo" entre os criadores. Cada um fala um pouco sobre como fazia para ficar por dentro das noticias da cultura Pop. Tinha uns que o tio da banca de revistas já conhecia e deixava o exemplar do moleque guardado! Não vou falar muito para não perder a graça quando vocês forem ler (estou crendo que vão comprar esse livro).

Imagem: serounaosei.com

 O livro ainda fala do tamanho da abrangência da revista mutante, dos números de vendas e que também continha uma fórmula que as outras editoras não conseguiam copiar: a equipe Herói era o segredo do sucesso. Outra coisa que a diferenciava das demais era o design, que apesar de acharmos meio grosseiro, hoje, era novidade na época. Consta no final do livro um resumão de cada exemplar, com detalhes peculiares do momento, tipo o anime que era febre da molecada. A equipe também desenvolveu uma enciclopédia digital - que foi bastante ousado e inovador! Não tinha nada parecido, ninguém havia pensado naquilo e era como se fosse uma Wikipedia de heróis em CD-Rom, que ganhou prêmios e bastante notoriedade no mundo dos designers.
Há entrevistas com os integrantes e com a rapaziada da época que hoje faz algo no ramo dos heróis, como o Danilo do canal Toku Doc, já indicado aqui. O Hermes Barolli também tem uma pontinha, porque o Seiya não podia faltar, né? Enfim, tem muita coisa bacana e é uma leitura bastante agradável e nostálgica. Este livro está custando R$ 35 nas bancas e algumas livrarias e vale cada centavo.


 E isso é quase tudo, pessoal! Espero que você tenha curtido a matéria e deixe seu comentário abaixo se é um daqueles que trocou um gibi da Turma da Mônica por uma revista dessas, como eu (a grana era pouca). Faltou eu falar mais alguma coisa? Você já leu esse livro? Comenta aqui, também! Até a próxima matéria, supers!

Adelmo Veloso


Comentários

  1. A Revista Herói foi uma grande sacada na época justamente por ocupar esse vácuo que existia de haver pouquíssimas publicações sobre o assunto. E é bom ver que muita gente da equipe ainda continua atuando no ramo, de uma forma ou de outra.

    Foi legal o jeito que o livro foi apresentado, como se fosse uma mesa redonda, mas na verdade foram várias trocas de e-mails. E muitas histórias me eram familiares, especialmente essa de procurar por material de referência e tentar descobrir sobre os bastidores.

    Foi muito boa essa matéria, que mostra o importância da revista e que não é exagero o subtítulo que diz que "inspirou uma geração". Creio que quem trabalhou na revista se sente recompensado ao ver matérias como essa, reconhecendo o seu valor.

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    1. Super Usys!
      Ela foi a solução para os nossos problemas. Li vários exemplares, todos emprestados, exceto o único que comprei, onde falava dos garotos e garota que ocuparam o cargo de Robin ao lado do Cavaleiro das Trevas. O site da herói continua a todo vapor.

      Imagino como não tenha sido difícil juntar todos esses relatos!

      Obrigado! A revista foi show, mesmo. O Nagado mesmo fez uma matéria bacana sobre o livro, que eu não imaginava que sua participação era como um dos componentes da mesa redonda! E que esse trabalho deles continue progredindo! Até mais, meu nobre!

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  2. Revista Herói com certeza foi uma grande salvadora! Eu adorava e comprava sempre que podia!

    Era impossível não ver os spoilers, simplesmente porque a gente não fazia ideia se algum dia aqueles episódios seriam transmitidos. Então a Herói era a única salvação.

    As informações sobre heróis em geral eram ótimas, era o tipo de revista que eu lia todas as matérias. Com certeza a vida não teria sido a mesma sem a presença da revista Herói XD

    Ainda tenho que comprar o livro, e depois arrumar um tempo pra ler hehehe.

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    1. Super Ronin! Essa revista foi uma lenda!

      Spoiller? Eu nem ligava muito pra isso, na época, justamente por isso que você disse: nunca sabíamos se veríamos a continuação ou não!

      A maneira como eles escreviam era muito legal. Era uma coisa informal, mas não era bagunçado. Então dava pra ler e compreender o que eles queriam passar pra gente. Lembro de ter lido algumas revistas que tentaram imitar, mas não eram a mesma coisa.

      Recomendo. Eu li aos poucos, porque é muito raro um momento em que posso parar para ler! Hehehehe! Até breve!

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  3. Olá! Obrigado pela força na divulgação do livro. Tenho muito orgulho de ter feito parte dessa equipe.

    Admito que dei umas "barrigadas" e bolas fora, informações erradas aqui e ali. E hoje eu não dou mais spoiler de nada (vide minhas resenhas de mangá atuais), mas naquela época, naquele momento, era o que estava faltando, era o que podíamos fazer. Mas foi na Herói que muito garoto leu pela primeira vez nomes como Hiroshi Watari, Tetsuo Kurata, Hironobu Kageyama e tantos outros. E quem diria que alguns eeles viriam ao Brasil encontrar seus fãs, não é mesmo?

    Valeu a força.
    Abraço!

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    1. Super Nagado!

      Boas matérias precisam ser divulgadas! Eu fiquei sabendo do livro pelo seu Blog e tive que comprar!

      Naquela época, Spoillers não eram tão nocivos quanto hoje, porque a velocidade da informação era bem menor. Hoje as próprias empresas encarregadas de divulgar os filmes já entregam trailers recheados de spoillers na cara dura!

      Sempre acompanho suas resenhas e são bem sólidas e chamativas! A Herói deveria fazer parte dos livros de História do Brasil! Parabéns pelo excelente trabalho!

      Abração!

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  4. Respostas
    1. Super Scant Tales! Obrigado pela visita e volte mais vezes!

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