Revistas da série - Como Desenhar Mangá

Olá, caros leitores nascidos em 1900 e bolinha! Tudo massa? Não sei se vai alcançar tanta gente dessa época, pois é uma fase de quem não tinha tantas opções e recursos para aprender a desenhar como há hoje, mas que dependia de revistas vendidas nas bancas. Estou falando dos anos 1999-2003, quando foi lançada uma das coleções mais incríveis que já vi: Como desenhar Mangá, da editora Escala.



Deixe-me adiantar a vocês que esse não é um tutorial, nem vou ensinar vocês a desenhar. Também não vou postar a revista digitalizada, porque não seria legal para a editora nem para os autores da coleção. Apenas vou mostrar para vocês como era na época do lançamento e falar um pouco sobre cada exemplar.


QUANDO COMECEI A COLEÇÃO

 
Já contei um pouco dessa história quando falei do Projeto Sunday ++, que se tornou um livro, etc e tal. Na matéria, citei a coleção de revistas Como Desenhar Mangá, da editora Escala (clique aqui), em especial a de número 3: Homens. Essa foi a primeira revista que adquiri (ganhei de presente) quando ainda estava na sétima série (hoje, oitavo ano), ano de 1999. A verdade é que eu era bem liso e praticamente não tinha uma mesada, então estava fora de cogitação comprar as demais para completar a coleção. Foi um pouco antes de começar a ler Video Girl Ai, quando comecei a estagiar e ganhar meio salário, que fui atrás de cada uma delas, pois estavam sendo lançadas em pacotes duplos, ou seja, levava duas revistas e pagava uma.
E não pensem que consegui todas elas de uma vez, um mês ou dois. Levei cerca de três anos para conseguir quase todas elas, pois não tenho a de número 7 (Quadrinização) até hoje. À medida que eu for mostrando cada volume, conto um pouco da história que vivi para consegui-la, OK? Então, vamos nessa!

 A COLEÇÃO

 

 
 
Primeiro volume da coleção, mas foi o último que adquiri, se não me falha a memória, num pacote duplo, no precinho. A outra revista que veio junto, se não me engano, foi a de Como Desenhar a Figura Masculina, muito boa, por sinal.
Esse volume é o que te ensina o básico do básico, desde palitinhos, figuras geométricas, até a primeira carranca que você chamaria de rosto de um personagem qualquer. Tenho alguns amigos que se aventuram nessa arte de desenhar, mas esquecem de começar pelo básico. Esse fascículo é importante porque nos mostra as proporções corretas do corpo humano, que precisam ser respeitadas. Mangá não se resume a pessoas com olhos grandes, mas ao traço estilizado e dinâmico, além de ter um roteiro bem diferenciado do que muita gente está acostumada a ver. Vale ressaltar que não é apenas uma pessoa que te ensina tudo - Denise Akemi (minha favorita), ficou com as de número 02, 03 e 05. Estou falando agora porque dá pra perceber ao longo da revista 08 (casais), que a didática é diferente das lecionadas por Akemi. Mas nada de cair a mão ou coisa do tipo, dá pra entender numa boa. Ainda não sei desenhar direito, mas por culpa minha - quem vai definir se você será um bom desenhista é a sua persistência e prática!




Essa eu lembro de pegar emprestada várias vezes com um primo, até meu colega de classe me vender a dele no precinho! Se eu já tentava aprender a desenhar homens, agora chegou a vez de desenhar a coisa mais linda criada por Deus.
Segundo volume produzido pela talentosa Akemi, ensinando o passo a passo de como desenhar mulheres. Palitinhos, proporção em cabeças (unidade de medida), corpo nu e depois se desenhava a roupa por cima. Além de o traço dela ser muito bonito, a didática é bem simples e fácil de aprender, mas exige esforço e muito treino de nossa parte.



A que me fez investir na carreira de desenhista (amador), enviada do estado de São Paulo, por minha prima. Até então eu nem sabia que existiam revistas desse tipo. Uma verdadeira relíquia de nossa querida Akemi.
Mesma ideia da revista de número 2, mas ensinando a desenhar homens, passo a passo. Detalhe para os músculos e uma breve aula de anatomia. Li e reli essa revista várias vezes, mas só vim melhorar um pouquinho quando comecei a desenhar para as crianças. Resumindo, mais uma vez: pratique até a exaustão!




Essa aqui foi mais uma do pacote duplo. Não me recordo qual foi a outra, porque eram sempre de coleções diferentes. Às vezes, até de outra editora, como veremos mais à frente.
Se você estava acostumado com a didática de Akemi e do volume 1, essa aqui muda um bocado, pois os palitinhos evoluem para formas geométricas de todos os tipos. Também é trabalhado sombreamento, formas de metalizar a figura e aborda os diversos tipos de robôs, que vão de forma humanoide a mais espalhafatosa possível (os famosos piratinhas com cara de Gundam). Interessante buscar referências para criar seus próprios robôs!




Essa é a minha favorita. Lembro do dia que comprei como se fosse hoje! Mais um pacote duplo - também não lembro qual foi, mas dessa aí não tem como esquecer. Primeiro que tem essa moça com uma grande comissão de frente e de biquíni na capa, junto da gatinha meiga  de cabelo rosa no fundo.
Essa é praticamente um upgrade do volume 2, onde são abordados os tipos de gatas: kawaii, bad girls, deslumbrantes e outras. O volume é pra deixar qualquer moleque tarado doidão, porque os exemplos são sempre com as garotas sem roupa (mas sem alguns detalhes) para depois aparecerem com a vestimenta.




Depois dos fascículos ministrados pela Akemi, esse é o meu favorito. A arte final é passada com muito bom humor e maestria pelo autor dessa revista, deixando o desenhista bem à vontade para executar os exercícios. Foi com ela que comecei a procurar os materiais que pareciam existir só em filmes, como as canetas nanquim e o famoso bico de pena. Preciso reler ainda algumas vezes essa revista para me reciclar, porque acabamos esquecendo de alguns detalhes. Principalmente quando usamos editores de imagens - o mais bacana é fazer tudo na mão, mesmo. Hachuras, linhas de ação e técnicas incríveis são passadas para você de maneira engraçada e clara.





Esse aqui, infelizmente, não consegui comprar. O único que vi foi no Mercado Livre, mas o vendedor estava pedindo um valor relativamente alto para uma revista de 32 páginas. Demorei muito pra decidir e já foi vendida.
A única forma que tive de conhecer o conteúdo foi recorrendo ao scan que existia na época, por sinal, bem ruinzinho. Ela possui várias figuras, mas a cereja do bolo está nas informações. Quais são os tipos de mangás? Como posso começar minha história? Como posso fazer uma história que prenda o leitor da primeira até a última página? Essas e outras questões são respondidas no fascículo, com muita clareza.




Por último (há dois volumes extras, que descobri depois), temos essa maravilha de tema para fechar o Curso Básico de Mangá: Casais. Não foi o último que adquiri, mas me diverti bastante com as dicas.
Como eu já estava acostumado com a Akemi, foi meio estranha a sensação que tive ao abrir essa aqui. Os traços são bem mais estilizados e em alguns casos chegam a fugir das proporções (alguns pernalongas e outros com cabeças minúsculas) de uma pessoa normal. Mas há alguns cenários e ambientações que passam várias ideias bacanas para seus desenhos. Lembro que até usei os macetes num trabalho de educação artística no primeiro ano do Ensino Médio.

Extras: Há mais dois volumes fantasmas nessa coleção - Como desenhar Hentai, partes 1 e 2. Essa era pra galera que estava com os hormônios a mil por hora, mas na verdade eram destinadas a maiores de 18 anos. Por isso que eu nunca tinha visto à venda. Não vou comentar sobre elas porque não as tive.




 E essa eu deixei pro final. Não faz parte da coleção Como Desenhar Mangá, da editora Escala, mas do Curso Básico de Desenho, da editora Canaã. Na época, eu adquiri essa aí num pacote duplo. Esse material me ajudou bastante a trabalhar no meu livro, apesar de outra pessoa ter feito a edição dos quadros e texto. O autor desse fascículo é o mestre Alexandre Nagado, um dos responsáveis pela famosa revista Herói e que também escreve matérias sensacionais no Sushi POP. Aqui você aprende a criar sua história no estilo mangá de várias maneiras. Como começo? Como funciona o enquadramento? Como desenvolver meus personagens? Muitas outras dicas são passadas com textos bem dinâmicos e há várias figuras de mangás conhecidos usadas como exemplo. Dei uma olhada no Mercado Livre e ainda é possível encontrar esse volume à venda.
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E esse foi mais um espaço Nostalgia, rapaziada. Fiquei numa dúvida tremenda para escolher o título, porque até hoje ainda existe revistas desse tipo, mais modernas, com videoaulas em DVD, CD-ROM e outros recursos, mas essas são especiais - tanto que estão comigo até hoje. Ainda dá tempo de começar a colecioná-las, pois estão à venda no Mercado Livre, OLX e outras plataformas a preços acessíveis. Não será fácil, mas se quiser um material de qualidade, está aí minha indicação. Espero que tenham gostado da matéria e, se vocês são desenhistas, comentem aqui embaixo se fizeram algum curso ou se conheceram essas revistas e outras de coleções à parte.

Até a próxima!

Comentários

  1. Esse negócio de desenho é fascinante!

    Digo isso porque com o desenho é possível criar coisas do zero. Mas ao mesmo tempo, é algo que necessita de muita dedicação e treino. E mais do que qualquer coisa, ter vontade de se aperfeiçoar. É o que percebo em depoimentos de vários desenhistas lá do Japão, no Twitter e no Pixiv.

    Eu mesmo nunca me dei bem com desenho. Já vi vários desses materiais, participei de um círculo de desenhistas amadores de mangá quando estive no Japão, mas percebi que não tinha a habilidade necessária. Por isso me viro com fotos mesmo.

    Não cheguei a ler essas revistas de fato, mas acredito que elas tenham dicas valiosas sobre como fazer as histórias e desenhos. E o mais importante acho que é desenvolver um estilo próprio. Algo característico, que só o próprio artista consiga fazer.

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    1. Super Usys!

      Desenho é uma forma de arte, de expressão, de hobby... é um universo particular de cada um! Se hoje eu rabisco alguma coisa, é porque treinei um bocado - e olha que ainda tenho muito o que aprender. Também quero muito aprender a fotografar corretamente, a entender como funciona a luz!

      As revistas são muito boas, mas requer treinamento exaustivo! Já o traço, no meu caso, é uma mistura de tudo que admiro! Até a próxima, nobre amigo!

      Já eu nunca me dei bem pra aprender a tocar violão e guitarra. Sempre que tentava começar, parava na metade - e hoje só sei tocar músicas se tiver alguma cifra à vista!

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  2. Fala ai, galera!
    Das revistas que apareceram na matéria, eu tenho a 01 e 04.
    Muito maneiras.
    Gostava muito de desenhar, hoje em dia, não tenho mais paciência , :)!

    Grande abraços, galera!

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    1. Super Paulini!

      Essa coleção era muito boa. Vou ver se escrevo sobre as outras que tenho. Desenho requer muita paciência, além de ser crítico consigo mesmo!

      Aguardamos você por aqui! Abraço!

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  3. Muito boa matéria! É interessante ver como as coisas mudaram depois da internet, o acesso a materiais como esse era muito difícil, encontrar uma coleção assim nas bancas era o sonho de qualquer aspirante a desenhista, hoje é possível achar tutoriais e dicas de desenho em sites, e até em vídeo. Nostalgia mesmo!

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    1. Fala, Yanker!

      Eu era feliz naquela época, sabia, mas era pobre! Eu gostaria de ter todas as que vi, mas tinha que priorizar o foco do mangá! Há várias dicas de todos os tipos, desde DVDs com ´visuais e até videoaulas. Até comprei algumas edições dessas mais atuais, mas prefiro as minhas antigas, mesmo!

      Até a próxima!

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  4. Que legal! Eu lembro dessas revistas, até tinha a 3 e a 5, pena que não sei o que aconteceu com elas :(

    Com certeza são de grande ajuda! Quando eu gostava de fazer uns rabiscos lembro que aprendo bastante com elas. E agora lembro como era triste ser liso, pois as revistas custavam R$3,99 e ainda assim era uma dificuldade arrumar grana para comprar uma hehehe.
    Outra que eu gostava era a "Guia de Referências Anime & Mangá" também da Escala, que tinha modelos de vários animes como Rurouni Kenshin, Slayers, e muitos outros. Era ótima para ver detalhes de roupas e traços diferentes, dava bastante inspiração.

    Nossa, esse de como desenhar hentai eu desconhecia! Deve ensinar bastante sobre tentáculos hehehe. Lembro de outras que eram de editoras diferentes, tinha um de lutas que era complicado pra caramba, li e reli e nunca consegui botar em prática hahahaha!

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    1. Super Ronin!
      Rapaz, as minhas estão comigo até hoje! Posso vender eu bonecos, carrinhos ou outra coisa, menos essa coleção!

      Arrumar os 3,90 era complicado, aí consegui um emprego de meio período que ajudou a tirar o atraso, foi quando comprei os pacotes com duas revistas.

      Tinha outras coleções legais, mas gostei da didática dessa esplanada na matéria. Algumas eu ainda mantive comigo, outras eu dei de presente. Lembro também de uma que tinha caderno de exercícios, onde você poderia até enviar aos editores para analisarem seus rabiscos.

      Tinha monstros, sem-vergonhezas e outras fuleragens. Quando baixei a versão digitalizada, aproveitei pouca coisa.


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  5. Tinha quase todas as revistas, gostava muito de desenhar robôs, cheguei a finalizar um desenho de mangá feminino usando pelo de vassoura e pigmento por não ter condições de comprar materiais. Tempo bom que não volta mais... saudade.

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    1. Super Esdras!

      Pode crer, camarada! Passei por uns apertos, também! Só vim comprar os primeiros materiais depois de praticamente 8 anos após a aquisição dessas revistas! Foi muito chão e a evolução só veio a partir de 2011, quando comecei a desenhar para as crianças, de acordo com as matérias do Espaço Sunday.
      Apareça mais por aqui, abração!

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