As Grandes Férias Grandes

Olá, queridos viajantes do mundo das palavras, tudo massa? Na indicação de hoje, falarei um pouco dessa animação fantástica de 2015, que me prendeu do início ao fim. Apesar de estar na sessão Kids da Netflix, é um desenho altamente indicado para o pessoal mais velho. Não por cenas violentas (são bem implícitas) ou algo do tipo, mas pela sua complexidade e contexto histórico.

Laminha e "Os Robinsons"

Com vocês, As Grandes Férias Grandes.

 

Criação de Delphine Maury e Olivier Vinuesa, Les Grandes Grandes Vacances, no original, conta a história das "férias prolongadas" de Ernest e Colette, na casa de seus avós René e Émilie. Foi transmitida pelo canal France 3 em 2015. A série poderia ser uma aventura normal, no melhor estilo Sessão da Tarde, mas tudo acontece durante a Segunda Guerra Mundial, no ponto de vista dos Robinsons.

Ernest e Colette são da capital, Paris, e vão para uma vila chamada Grangeville, na Normandia, onde moram seus avós. Isso porque o pai deles, Robert, foi convocado para ir à grande Guerra e a mãe deles precisou ir à Suíça para tratar da saúde em um sanatório. Para deixar a situação mais tranquila, eles falaram aos filhos que ficariam de grandes férias - foi aí que a Colette chamou de Grandes Férias Grandes, mas eles mal sabiam que passariam 6 anos por lá, de 1939 a 1945.

Com isso, a rotina deles é mudada drasticamente. Ernest, um garoto da cidade, totalmente deslocado nas atividades rurais, não se dá muito bem com os vizinhos de seus avós, os moleques da imagem acima. A Colette é mais tranquila, pois fica mais em casa desenhando e fazendo companhia a avó. Lá eles começam a frequentar uma escola e precisam aprender a conviver com a gurizada. Tem um que é discriminado por ter descendência vinda de um território que já tinha sido da Alemanha; depois aparece uma garota meio estranha, chamada de bruxa; e outras crianças que futuramente se unirão e formarão o grupo dos Robinsons, com direito a clube secreto e tudo mais.

A Guerra finalmente fora declarada. A invasão alemã era certa, então os habitantes de Grangeville precisaram deixar o local às pressas, pois explodiriam as pontes para atrasar o avanço dos nazistas. Nessa confusão, as crianças se separam de seus avós, mas depois conseguem se encontrar. Os infelizes vilões finalmente chegam na vila e começam a confiscar de tudo, desde alimentos até a casa para servir de base para os militares alemães. Mas isso não ficaria assim.

A gurizada, que só parece ingênua, se une para combater os invasores. Como de costume, não vou contar mais nada, para não perder a graça da surpresa. Mas não posso deixar de citar vários atributos da área afetiva que são presentes nessa trama: Integridade, Lealdade, Espírito de Corpo, Idealismo, Patriotismo, Camaradagem Cooperação, Coragem e muito mais!

E é isso, pessoal! A história ainda tem muitas lições de vida para nos passar. Simples gestos podem fazer enorme diferença num conjunto, assim como um beija-flor jogando água num incêndio. Fiquei admirado por não ter ouvido falar dessa obra em lugar nenhum, simplesmente estava procurando desenhos com bichinhos de fazendo para meu filho assistir, e esse apareceu na busca. O traço me chamou atenção, por lembrar bastante o estilo Linha Clara de As Aventuras de Tintin, que também é de origem francesa. São 5 episódios de 47 min cada, aproximadamente. Todos eles estão disponíveis na Netflix.

---

Espero que tenham curtido a indicação. Separem um tempinho para ver, pois vale muito a pena. O tema amizade é bem batido, mas a bordagem dela é bem diferente do que estamos acostumados a ver numa animação infantil.

Adelmo Veloso