Nostalgia Draw: Pequenas Alegrias - Parte 2

Olá, queridos leitores! Tudo bem? Depois de um bom tempo, finalmente voltamos com a parte 2 das Pequenas Alegrias, letra da talentosa Marcela Taís. Esse espaço é um daqueles que nos levam a parar e refletir sobre o que temos feito da vida, já que a maioria de nós é escravo desse tempo corrido, onde tudo é pra ontem e quase nunca sobra um tempinho para as pequenas coisas, justamente as pequenas alegrias.


Relembrando, as ilustrações foram baseadas nos versos da canção homônima ao título dessa postagem. Podem ficar tranquilos que este ano traremos outras partes! Espero manter o padrão com desenhos coloridos, pois dão um trabalho arretado, mas ficam bem mais vivos!


Correr na rua



Essa brincadeira era muito maneira. Parece simples, não é? E era bem simples. Hoje só vemos as pessoas correndo atrás de ônibus e de dinheiro! As crianças estão, em sua maioria, penduradas num celular ou tablet, vidradas em jogos eletrônicos ou assistindo a vídeos de gameplay ou de algum mané fazendo desafios sem futuro no Youtube.
Antigamente, brincávamos de pega-pega (nada a ver com a novela, muitos nem sabiam o que era isso), queimada, sete cacos, futebol de calçada com travinhas de chinelos e coisas assim. O suor era inevitável e o banho antes de dormir, também. Às vezes um de nós caía, ralava o joelho ou arrancava a cabeça do dedão do pé ao acertar o calçamento no lugar da bola, e a mãe vinha com o mercúrio ou merthiolate bem em cima da ferida – e queimava igual a lava de vulcão. O de hoje, graças a Deus, não arde.
(Detalhe: o último quadro da Parte 1 era correr na rua, também!)


Banho de chuva


 
Dá até vergonha de dizer, mas meu primeiro banho de chuva voluntário foi aos 18 anos. Pasmem! Minha mãe sempre foi superprotetora, então evitávamos nos molhar para não gripar. Quando estávamos cuidando da casa de uma tia que estava viajando a trabalho, eu, meu irmão e uns primos, saímos correndo feito loucos, debaixo de um toró daqueles! Banho na chuva (voluntário) é algo libertador! É uma sensação superior a de tomar um banho no chuveiro comum! Isso quando um ou outro amigo não inventava de pegar um papelão e sair descendo uma ladeira com a água corrente... e ninguém morria por isso.
Também aproveito para citar o banho de mangueira! É muito massa, e o Super Oliver já curte! Mais massa que isso só se molhando nos regadores de jardim, coisa que eu, meu irmão e outros primos também fazíamos com gosto!


Sorvete no verão



Tem coisa melhor? Ainda mais quando é daqueles de uma marca bem ruim, praticamente uma gordura hidrogenada congelada! Num sol escaldante, nada melhor que tomar aquela água de coco gelada ou tomar esse sorvete bacana! São sabores de todos os tipos, casquinhas com diferentes texturas e gostos (ou nenhum) e aquela sensação de alívio, seguida de uma sede infeliz! Não podemos deixar de lado os sacolés, lilis, picolés de saquinho, chup-chup ou qualquer que seja o nome que vocês chamem aquele suco aguado e congelado! Era muito bom! Aliás, ainda é bom, porque ainda faço isso até hoje!


Brincadeira de Irmão


 
Essa estava entre as minhas favoritas. Brinquei bastante com meus irmãos na rua, mas nos divertíamos muito mais em casa, porque nossos pais estavam trabalhando e cursando a faculdade. Meu irmão tinha um Banco Imobiliário, onde todos nós lutávamos para comprar Morumbi e Interlagos, com os aluguéis que levavam qualquer um à falência após quedas sucessivas em seus hotéis! Também inventávamos nossos próprios jogos de tabuleiro, usando dados e as miniaturas de Pokémon.
As jogatinas de videogame na locadora também não poderiam ficar de fora dessa, afinal, tudo em parceria com os irmãos era maneiro! Lembro de ter comprado uma Xena para nossa irmã poder brincar com a gente, pois estava na mesma escala dos nossos bonecos! Ela também teve uma Mulher Aranha e uma Dott (da série Reboot). Brincadeira de irmão também inclui uma parada não tão bacana assim: briga de irmão! Eu e meus irmãos brigávamos muito, mas porrada eu só trocava com meu irmão. E ele era mais forte que eu (ainda é até hoje), apesar de ser mais novo.

Refrão:
Mas se a gente juntasse as pequenas alegrias,
Seríamos felizes todos os dias
Mas se a gente juntasse as pequenas alegrias,
Seríamos felizes todos os dias


  Orgulho de trabalho bem feito



 Querendo ou não, esse verso nos leva de volta à época escolar! Hoje deve parecer moleza, mas fazer aqueles trabalhos pedidos pelos professores, sem o auxílio da Internet, era terrível! Nós tínhamos que sair de casa e ir até à biblioteca do colégio para pesquisar. Não tinha moleza de Google (na época era o Cadê? da Yahoo), nem a bênção do Ctrl+F, o assunto tinha que ser caçado na raça! Após encontrado, era preciso transcrever manualmente para o caderno e depois reescrito na folha A4. Quem tinha um pouco mais de grana já tirava cópia ali mesmo e só escrevia uma vez no trabalho final. Depois de pronto, ao folhear cada página, vinha aquele sentimento de missão cumprida!
Hoje ainda não deve ser tão diferente. Entregar aquele relatório ou conseguir atingir todos os objetivos de um trabalho nos enchem de orgulho! Pelo menos eu tenha essa sensação após finalizar algo, seja aparar a grama, fazer o almoço, ou até mesmo ministrar uma aula na Escola Bíblica Dominical.


Chegar em casa mais cedo



Bênção de Deus isso aí! Sair mais cedo da escola (ou do trabalho) é tudo de bom! Às vezes um professor faltava a aula e aí o da aula seguinte, que seria a última, resolve "ajudar" a turma e dar a aula em duas salas ao mesmo tempo! Isso queria dizer que teríamos 50 min a mais de vida! A época escolar tem lá suas lembranças bacanas, mas sabemos que a educação em nosso país precisa sofrer uma reforma drástica urgente! Passamos cerca de 14 anos estudando para fazer um vestibular e depois tentar a sorte com alguma faculdade que nem sempre podemos pagar, além de não termos a certeza que o mercado de trabalho estará sorrindo para nós após a formatura. Por isso, era bom chegar em casa mais cedo, sim!


Brincar com seu cachorro


Nunca tive um cachorro, mas já brinquei muito com esses bichos na casa dos avós, primos e amigos. Quando era criança, assistia com meus primos e amigos à novela Carrossel, não essa nacional do SBT, mas a original mexicana. Tinha um cachorro que se chamava Rabito e, claro, por aqui choveu cachorros com o mesmo nome. Meus avós tiveram vários e ainda me lembro de alguns nomes: Galego, Piaba, Surubim, Xuxa, Hulk e outros. Também dá pra falar dos amigos desses bichanos, os gatos! Meus avós paternos sempre tiveram gato em casa e eu não parava a brincadeira até sair todo arranhado... Eles brincavam de leve e depois pegavam pesado, aí não dava pra manter!


A mãe deixar ficar com o troco


 Não tem jeito, voltamos a falar naquele assunto de novo: as jogatinas de videogame! Deixando este ponto à parte, quando a mãe deixava a gente ficar com o troco, era massa. Havia um cofrinho para cada um em casa e essas moedas iam pra lá, numa época pós-jogatinas. Lembro que a próxima mania da vez foi a aquisição de bonecos, quando eles custavam R$ 1,99 e eram muito bem feitos, não esses plásticos sujos com luzinhas no peito! Também essas economias eram um tipo de cheque especial para nossos pais, principalmente no fim do mês, para complementar uma janta ou coisas pequenas num mercado pertinho de casa. Parece absurdo, mas a nossa mesada era a quantia de R$ 3,00. Parece pouca coisa, não é? Mas dava pra financiar um boneco e ainda sobrava R$ 1,00!!!

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Para uma Parte 2, isso é tudo, pessoal! Vocês podem conferir a versão completa da música aqui, mas a versão nostálgica desenhada (agora colorida) e comentada, só encontrarão no Super AHAM! Espero que tenham curtido essa nostalgia e os aguardo nas próximas postagens!

Adelmo Veloso

Comentários

  1. Nostalgia Draw sempre apresentando momentos radiantes da juventude...
    Fascinante.

    Futebol de calçada com travinhas de chinelos nós chamávamos aqui de golsinho.
    Tinha a linha de passe que eram apenas dois ou três jogadores na linha e o goleriro na defesa. Havia outras variações dessa brincadeira. Basicamente era assim. Essa brincadeira também era conhecida como toque-toque ou toquinho. E tem um programa esportivo chamado Linha de Passe.

    Banho de chuva só tomei um pra nunca mais!
    Não gostei.
    Mas, gosto de chuva.

    E os trabalhos escolares: várias folhas de papel almaço e cartolinas. Na sétima série, tive que montar um castelo para a disciplina de história.

    Com o troco da merenda eu comprava revista relacionadas com animes, mangás, games e de cursos de desenho.

    Good times.

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    1. Super Paulini! A música ajudou bastante!

      Eu jogava, mas bem pouco, porque era um daqueles pernas-de-pau. Era um brigueiro quando havia a discussão:
      - foi gol!
      - claro que não, nem passou perto da havaiana!
      - passou sim!

      Hehehehehe! Banho de chuva é algo bem interessante! Depois desse dos meus 18 anos, já se passaram 13 e não me recordo de outro momento assim!

      Eu e minha esposa estamos nessa aí, mais ou menos, outra vez! Preparamos as aulas da Escola Bíblica Dominical, então o manuseio desses materiais é constante! Os castelinhos eu meio que faço com material reciclável, que em seguida se tornam cenários para as fotos dos bonecos.

      Eu não tinha grana pra merenda, pois já levava um biscoitinho na mochila e dividia com os amigos. A fase de compra das revistas veio com meu primeiro emprego, na cantina do colégio em que estudei.

      Valeu, Ninja!

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  2. Ah, essas coisas da infância!

    Me lembro de que na hora de fazer trabalhos para a escola não tinha computador ou mesmo internet. Era preciso ir à biblioteca e procurar na unha pelos materiais. Tinha que encontrar os livros, revirar os índices, às vezes perceber que o livro não falava do que se estava pesquisando, procurar outro e daí era copiar as partes mais importantes na mão mesmo. Era um tremendo sufoco! Mas agora dá para pesquisar sem ter tanto trabalho. Mesmo assim é preciso prestar atenção para ler e entender o que está escrito. Isso não muda.

    Ah, eu já fiz uma dessas "armaduras" de papelão, do desenho. Mas no meu caso era para eu ser um robô. Fiz um na escolinha de artes e até deixei lá por um tempo, usando de vez em quando, mas depois acabou rasgando e não teve outro jeito a não ser jogar fora.

    E simpático o cachorro. Era uma festa poder brincar com os nossos amiguinhos. Era preciso limpar toda vez que eles faziam sujeira, mas era uma tremenda alegria!

    Ia ser legal usar esses desenhos para fazer um vídeo-clipe dessa música. Será que a cantora não se interessaria?

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    1. Super Usys!

      Lembro de uma vez em que fui fazer a primeira pesquisa na biblioteca do colégio que me formei. Eu era muito, mas muito tímido! Tinha tanta vergonha que quando fui pesquisar pelos presidentes do Brasil, copiei de um quadro que estava na parede, só pra não ter que falar com a bibliotecária! E era tudo na mão, com aquela capa famosa: TRABALHO DE HISTÓRIA.

      Lembro de usar caixas de sapato e isopor para fazer naves espaciais para brincar com meus irmãos. Esse cavalinho meu pai fez uma versão com rodinhas no final do cabo e ele também inventava outros brinquedos com madeira, como um avião empurrado por um cabo de vassoura. Era tudo muito massa!

      Eles são engraçados até hoje, mas acho mais bonitinhos nas casas dos outros!

      Essa é uma das intenções! Quando tiver mais tempo, vou colorir a parte 1, finalizar os desenhos do restante da música e montar esse vídeo!

      Até a próxima!

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  3. Pô, essa matéria com certeza traz um monte de memórias!

    Futebol de calçada com travinhas de chinelos é um clássico! Eu jogava pouco porque nunca fui chegado em futebol, mas meu irmão jogava direto com a galerinha da rua, ainda mais que perto da nossa casa não tinha praça, então tinha que improvisar.
    Mercúrio e merthiolate eram os terrores da molecada hahahaha!

    Banho na chuva é show mesmo! Ainda mais se rolar uma guerra de bexiguinhas no meio hehehe. Lembro de uma vez que fizemos guerra de ovo na chuva, depois ficou todo mundo de castigo por ter usado todos os ovos das cozinhas.
    E banho de mangueira era outra coisa boa, quando não se tem piscina a gente improvisa hehehe!

    Haha eu morria de inveja das crianças que tomavam sorvete depois da escola! Eu e meu irmão só tínhamos grana pra comprar sacolé, que era bem mais barato, mas já dava uma baita alegria.
    De sorvete mesmo minhas boas lembranças são da adolescência, pois um sorvetinho marcou meu primeiro namoro hehehe!

    Ter irmãos é uma benção! Com certeza meu irmão mais velho é meu maior companheiro desde a infância! A gente sempre brincou muito, e até hoje ainda fazemos muita coisa juntos, principalmente as grandes aventuras de ir nas pré-estreias de meia-noite dos filmes nerds XD

    Fazer trabalhos da escola era algo que eu definitivamente não gostava, mas sair mais cedo... Ah, isso eu gostava muito hahahahahaha!

    Eu não consigo me imaginar morando em um lugar sem um cachorro. Desde pequeno sempre teve pelo menos um na casa, e até hoje faço questão de ter um desses companheiros ao meu lado, pois não importa se a situação está boa ou ruim, os cachorros nunca nos abandonam.

    Ah, a mesada era bem por essa quantia aí! Na verdade ainda pegamos a era do Cruzeiro!! Mas nem me lembro quanto era a mesada dessa época, se é que tinha hehehe.

    É isso aí, belíssima matéria! Altas nostalgias mesmo! E vejo que está aperfeiçoando cada vez mais as cores dos desenhos.

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    1. Super Ronin!

      Futebol na pracinha era luxo! Antigamente era no meio da rua, mesmo! Um perigo para os pais e um desafio para a criançada! O jogo era suspenso quando apareciam carros, mas meio que continuava quando eram motos ou bikes!

      Essa daí é massa! Acho que participei de uma dessas guerras aí, mas era sem chuva, mesmo! Vocês devem ter perdido muitos bolos ou omeletes por essa guerra aí, mas acredito que tenha sido épica!
      Banho de mangueira é mito! Quando vou molhar o Oliver, aproveito e vou junto!

      Eu e meus irmãos, também! Mas a gente caía matando nesses sacolés aí, pois eram baratinhos e muito bons! Esses sorvetes em companhias do sexo oposto também eram incríveis! Hehehe!

      Meu irmão meio que entrou no mundo do colecionismo por minha causa, mas já saiu rapidinho - e permanece como gamer! A gente já fez muita coisa junto, também, mas por conta do trabalho nos vemos uma vez por ano, quando dá!

      Trabalho de escola, época de provas, tudo isso era bem chato! Massa eram as reuniões em que a coleguinha querida também participava - mas isso era muito raro pra mim, pois era tímido e formava equipe com os que sobravam, ou seja, a galera do fundão!

      Nessas férias estou aproveitando para relaxar, apesar de estar brincando de Hot Wheels todos os dias com o Super Oliver! A Xuxa, cachorra que vive com minha avó, sempre nos recebe quando vamos lá tomar aquele café!

      Na época do cruzeiro eu não tinha mesada e receber gorjetas era algo bem raro. Hehehehe! Acho que o Real facilitou a nossa vida para termos essa tal de mesada!

      Valeu, meu nobre! Espero poder melhorar ainda mais! Abração!

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